sábado, 23 de março de 2013

Dança nas Senzalas

(dedico ao grande poeta condoreiro, quem me fez escrever este, Castro Alves) 




"Esperai! esperai! deixai que eu beba 
Esta selvagem, livre poesia 
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa, 
E o vento, que nas cordas assobia..." 

― Castro Alves. 

Dança, negro, dança!
Comemora o fim da tua sina,
Pois Isabel, a heroína, assinou a Lei divina.

Quebrai os grilhões,
Estourai as celas das prisões.
Libertai-vos povo há tanto amargurado.
A alforria total chegou, ainda que tenha tardado!

Foi na noite do quinze reluzente,
Que a princesa, tão querida,
Libertou toda essa gente,
Gente há muito oprimida.

Preto dançou e cantou, pra’inhá ouvir.
Correu pelos campos com um brado a se repetir:
“Isabel, a heroína, assinou a lei divina!
Liberdade, finalmente, haverá de nos chegar!”

O tinir das correntes, não se escuta mais.
Os grilhões pendentes, estes hão de ficar pra trás.
A Liberdade hoje corre solta entre sacadas,
Porque hoje tem festa e a festa é na senzala.

Comemora, minha gente,
Quebrem tudo que os aprisionava
Sois livres das correntes,
E hoje tem festa, tem dança nas senzalas.

0 comentários:

Postar um comentário